HISTÓRIA COMPLETA:
Prólogo:
_Era uma manhã do ano mais tranquilo da terra. Os humanos plantavam calmamente alimentos em suas fazendas, ordenhavam as vacas enquanto a leve brisa fazia as flores e o trigo dos campos dançarem._
_Os dragões planavam nos céus, desprovidos de qualquer intenção agressiva, apenas passeando para observar o cotidiano dos humanos, assim como as fadas, os anjos, e até os demônios._
_Era incrível como tudo conseguia se manter calmo e sem conflitos, sem guerras e carnificinas. Não haviam assassinatos. Não haviam estupros._ _As pessoas nasciam, viviam tranquilamente e morriam em paz, para irem descansar ao lado dos deuses em Moby, o paraíso. E essa paz durou por mais de 3 séculos._
_Rubber, o garoto ruivo adolescente corria pelos campos verdejantes com Wally, o leopardo. Amazon, a deusa dos mares e das florestas o observava intrigada com sua felicidade aparentemente sem motivo, até que o garoto caiu em um buraco. Um profundo buraco._
_E morreu ali mesmo._
A deusa se entristeceu um pouco pela morte do garoto. Então, ela voltou ao templo dos deuses, onde todos estavam reunidos em seus afazeres comuns, exceto caos, morte e Star, que não estava ali.
Racios estava dando algumas aulas para Dranu; um jovem humano que o procurava sempre para se atualizar em alguns conceitos matemáticos e filosóficos.
Afrot e Balos estavam entretidos em uma queda de braço onde a vantagem de Afrot era óbvia.
Jeep estava ocupado demais trabalhando em alguma de suas invenções improváveis.
Layla se mantinha na forma de uma raposa nos braços de Dulya, que a acariciava suavemente, adormecida, enquanto Idos tentava dar uma lição de moral á Deitros, algo sobre ser mais caridoso e menos sádico.
Amazon observava seus colegas, feliz. Mais do que apenas seus amigos, eles eram sua familia, apesar de que os únicos que possuíam relação de sangue ali eram Racios e Star, irmãos, filhos de uma mesma estrela.
Ela procurou Star com os olhos. Queria falar com ela sobre os humanos, afinal, fora Star quem os criara. E então, ela ouviu uma discussão muito incomoda, quando Caos entrou no Templo, seguido por Star que o enchia de reclamações.
-Eles são meus! Você não pode sair matando os MEUS filhos!- Ela reclamava
-Ora, deixe de tolices. Há muitos deles, porque eu não posso me divertir com alguns?- Retrucou ele
-Suas reações á morte são simplesmente magníficas.- Disse Deitros, se intrometendo na conversa.
-Não me importa! É bom que pare, ou isso resultará em graves consequências!- Ameaçou Star
- O que está havendo aqui? - Perguntou Amazon
-Deitros e Caos estão matando meus filhos!- Star tinha lágrimas nos olhos -Eles não podem sair matando os MEUS filhos! Não podem, não podem e não podem!-
-Acalme-se Star.- Disse Amazon, voltando a atenção aos deuses
-Podem se explicar? Se não puderem, receberão a punição. É o acordo.-
Amazon soava séria. Embora quisesse parecer imparcial, não era segredo pra qualquer um que a olhasse que ela também nutria uma certa admiração pelos humanos.
Caos encarou a deusa, dando uma risada sarcástica.
-Eu fiz porque quis. Deitros também. São só amontoados de carne esperando pra morrer, faça-me o favor.-
Star se enfureceu
-Punição, punição!!-Ela gritou
-Não tenho escolha. Os vejo mais tarde.- Amazon ergueu as mãos.
-Eu...-
Começou Deitros
-Exijo um julgamento por combate. O vencedor leva a humanidade-
Completou Caos. Com o profanar dessas palavras, todos os outros deuses pararam o que estavam fazendo, e até o Morte voltara ao templo.
-...-
-Como quiserem. Definam seus líderes... A batalha começará amanhã.- Declarou Amazon.
*O APOCALIPSE*
- A morte não é sucinta para os mortais! Eles não merecem passar por isso!
Gritava Star, correndo com sua armadura pelo campo de batalha, que no momento era uma planície devastada. Ela avançava na direção da fortaleza de Morte, com a lança e escudo em mãos.
Um demônio azul como um diamante, humanoide saltou de lá, caindo em sua frente. Ele encarou a deusa com desprezo. Star sabia que não tinha muitas chances num confronto direto. Mesmo assim ela entrou naquela batalha pela vida dos mortais que tanto amava; Os humanos.
A mulher, segurava sua lança e seu escudo com uma postura errônea e digna de uma mera iniciante.
O que, em termos de combate, era o que ela era.
O demônio desceu sua espada sobre a deusa, que com agilidade defendera o golpe com o escudo, quase cedendo com o mesmo.
"Eu preciso ser corajosa... Pelos meus filhos..."
Pensou, enquanto chutou com violência o demônio entre as pernas e atravessou a lança em seu estômago. No momento em que puxou, olhou com nojo perante as vísceras que vazaram dali, voltando a correr.
"Não entendo ainda porque Deitros criou essas coisas..."
Mas demônios azuis apareceram. Uma legião deles. Star não recuou. Não se acovardou. Ela foi de encontro direto áquilo tudo. Foi quando ele chegou.
Caíram um após o outro, como meros pingos de chuva, junto ao som ensurdecedor de uma das invenções de Jeep, portada por Racios, que viera socorrer a irmã com urgência. Com sua expressão sempre calma e tática, ele derrubava com tiros de sua metralhadora demônio após demônio, abrindo caminho pra sua irmã sem hesitar por nenhum momento, e sem errar um tiro sequer.
-Star, NÃO PARE DE CORRER!-
Ele gritou, sua voz quase sendo abafada pelo som estridente das balas, combinado aos gritos de agonia dos demônios.
A mulher sabia o que a aguardava. Se pretendia salvar sua tão preciosa humanidade, teria que ser forte o suficiente pra estar á altura de tal tarefa.
Afrot e Deitros trocavam socos e cotoveladas no meio do campo de batalha. Suas armas? Nenhum dos dois era muito chegado em coisas assim.
Deitros deu um soco em Afrot, que defendeu este apenas com a força do seu antebraço, e em seguida aplicou um chute poderoso na costela de Deitros, que recou com a mão sobre onde havia sido o ataque.
Afrot avançou com um soco que, quando bloqueado por Deitros, sentiu seus ossos racharem dentro de si, vacilando temeráriamente.
-Isios...-
Sussurrou o Deus da mentira, aplicando uma ilusão ao cenário. Primeiro 2, depois 5, depois milhões e bilhões de Deitros invadiram a vista de Afrot. Todos o atacaram ao mesmo tempo, e Afrot defendia-se do vento, enquanto seu inimigo ria perante a cena.
-Ainda em boa forma, bastardo!
Gritou Deitros, enquanto passava um laço poderoso pelo pescoço de Afrot, o enforcando
-Mas eu ainda sou o melhor!
Riu, triunfante.
-Sugiro que controle seu ego, Deitros.-
Afrot agarrou o deus pelos ombros e o jogou no chão em sua frente, começando a desferir socos em seu rosto com violência e sem hesitação.
Cada golpe causava um abalo císmico mais poderoso que o outro, fazendo com que os urros de dor de Deitros fossem ouvidos mesmo no mais profundo nível do Limbo, junto com as risadas de escárnio do Deus da Força, que percebendo que Deitros já havia morrido, parou com os golpes.
-Th. Foi uma boa luta, Deitros. Quando você reencarnar terá direito á sua revanche.- Disse Afrot, ao vento, caminhando na direção da fortaleza do morte.
-Laila! Aguente firme!
Gritava Dulya, correndo ao lado de Laila, que sangrava, na forma de um guepardo.
-Nós conseguiremos!
Laila encorajou sua amiga, mesmo sabendo que, nesse ritmo, não duraria muito tempo. Tomou um tiro certeiro na pata frontal esquerda, caindo decididamente no chão.
Dulya se desesperou, mesmo sabendo que, para os deuses, a morte era temporária.
-Laila!... Laila, por favor..
-Vai matá-la em cerca de meio minuto.
Disse Jeep, se aproximando das duas, portando seu revólver na mão esquerda e seu escudo de fótons na direita.
-É quase inútil o esforço que vocês duas fazem contra mim. Amor e...Insetos, talvez?
Ele disse com ironia, e sua voz robótica pela máscara que cobria seu rosto. Mirou o revólver na cabeça de Laila e atirou sem piedade, o que fez a deusa na forma de guepardo deixar o plano material.
Dulya o olhava com ódio
-Não fique brava comigo. Você sabe. São as regras.
Ele apontou a pistola pra ela.
-Odeio esse jogo..
Ela disse, segundos antes de também ser derrubada por Jeep, num tiro certeiro.
-Fácil como matar moscas.
Ele fez a observação a si mesmo.
Afrot encontrou Caos mais á frente, ainda no meio da guerra, entre demônios e arcanjos.
- Pelo visto você deu conta do Deitros... Tenho certeza que ele quis ficar brincando ao invés de lutar de verdade. Aquele IMBECIL.
Caos pestanejou, encarando o Deus da Força
-Você é o próximo, Caos.
Diz o deus da força, correndo em sua direção. Ele errou o golpe.
"Como? Eu tinha certeza que..."
Caos segurou seu rosto e o afundou no chão, num misto de sangue de demônios variados e lama.
-Parece que você está sem sorte, Sr. deus da corajem.
Caos, o olhou como um adulto olha pra um cão abandonado na rua, explodindo sua cabeça, e limpando o sangue na armadura.
-Star... Você é a próxima.
Ele passou por cima do corpo de Afrot e continuou a avançar pelo campo de batalha.
Star, Racios e Jeep se encontraram mais á frente no campo.
- Jeep, relatório! - Pediu Star
- Afrot derrubou Deitros, mas cedeu perante á Caos com facilidade (Como era de se esperar de alguém com o ego dele, achou que estava com tudo e olha no que deu). Laila e Dulya foram neutralizadas sem dificuldade. Ambas já estavam bastante feridas.-
Ele disse, com toda a frieza que uma máquina poderia ter.
-Você não acha meio covardia ter atacado as duas enquanto elas estavam feridas?- Questionou Racios
-Negativo. Eu também estava em desvantagem, afinal, eram duas contra um. Assim, estávamos equilibrados.- Ele concluiu
-Ainda acho covardia. Você tem toda essa tralha luminosa que te deixa mais forte...- Disse Star
-Quer salvar os humanos ou não?- ele disse, ainda frio, porém com um corte rápido, que fez com que os irmãos se calassem.
-Ora ora, temos aqui um prato cheio..
Caos se aproximava dos 3, com seu sorriso estridente
-... Star e Jeep, continuem. Eu darei conta dele.
-Quanta confiança!
Disse Caos.
Star e Jeep passou por ele, que se quisesse poderia os ter impedido. Mas não o fez. Ele encarou Racios ainda com seu sorriso irônico, potencialmente sarcástico e bizarro.
-Então venha, professor alado
Racios começou a metralhar Caos, que nem precisou se esquivar das balas, usando de seus poderes para que as balas de Racios já tivessem acabado.
Sem muitas opções, os dois entraram em combate direto.
Racios sabia que era uma batalha que não poderia vencer.
De repente, uma bala atravessa o abdômen de Caos, seguida de outras duas, onde a segunda errou o alvo.
Jeep voltava correndo, atirando com precisão em Caos, que se não tivesse seus poderes iria parecer uma peneira.
Racios e Jeep tinham uma sincronia inexplicável em batalha.
Ao fim, Os 3 já estavam acabados, devido principalmente às estratégias de Racios e á facilidade que Jeep tinha de segui-las.
Mesmo assim, nenhum deles era capaz de se derrotar sozinho.
Então, uma sombra se formou abaixo deles. Caos sorriu.
-Game Over pra nós 3.
Assim, o meteoro esmagou os 3.
*FIM DO APOCALIPSE*
Star finalmente chegara á torre do morte. Enquanto subia as escadas ela se sentia cada vez mais assustada. Morte definitivamente era mais forte. BEM mais forte. Ainda sim, não permitiu que suas pernas parassem ou recuassem, por mais que tremessem.
Ela ficou de frente á porta. E a abriu.
Lá estava o morte, sentado em seu trono, a encarando. Seu manto rasgado nas pontas. O capuz sobre o rosto, de feições sérias e inconfundíveis. Um vazio enorme em seus olhos. Sua pele branca e pálida como a de um doente. Sua foice em sua mão esquerda
Aquele era o Deus mais odiado de toda a terra.
Afinal, ninguém gosta do deus da morte.
Ele, particularmente, parecia não ter emoção alguma. Era de sua natureza tratar á todos com indiferença.
O mesmo se levantou, segurando sua foice.
-Star.
Ele disse, com respeito
-Você sabe que não pode.
-MAS EU VOU!
Star já nem ligava sobre ter ou não chances. Ela tinha esperança, e era a única coisa da qual ela precisava.
A mulher avançou pelo salão de pedras e musgos até o Morte, portando sua espada.
Seus olhares se encontraram e nesse momento, Morte reconheceu a real força de Star. Reconheceu sua perceverança perante á derrota iminente.
A garota saltou num giro e desferiu um corte de cima pra baixo em diagonal no morte, que bloqueou com a foice. O estrondo poderia ter sido ouvido até pelas criaturas na terra. Star fez uma careta de dor, já o morte permanecia impassivo. Ela continuou a desferir golpes um atrás do outro. Sua habilidade na espada era péssima. Seus movimentos, tortos. Sua postura errônea. Sua força... Insuficiente.
Mas ela se recusava a desistir
Num último golpe ela deu uma investida poderosa contra Morte, que mantinha-se na defensiva sem fazer esforço algum.
-Eu reconheço sua força Star. Mas tudo precisa ter um fim. Lamento.
Frio e impassivo, ele se esquivou, segurou o braço da deusa e a puxou contra seu cotovelo, a desmaiando. Jogou seu corpo no chão.
Se ele não iria matá-la? Não. Não era necessário, uma vez que o jogo parecia ter terminado.
-Morte!
Uma voz feminina, porém autoritária se propagou pelo salão. A dama das flores caminhou até sua protegida Star.
-Que irônico. O Deus da morte não matar.
-Amazon... Eu apenas conclui que era desnecessário.
Ele permaneceu impassivo.
-Vamos agora?
-Claro.
O conflito mais aguardado havia chegado; A batalha dos primordiais
*BATALHA DOS PRIMORDIAIS*
Amazon e morte trocavam golpe após golpe, incessantes e constantes. Morte se sentia tão pressionado quanto á dama das flores, e ambos estavam envolvidos em êxtase.
Morte deu um soco na boca do estômago de Amazon, a fazendo subir com violência e quebrando o teto do templo da torre, e ao olhar pra cima, viu que a mesma desceu com um chute de calcanhar bem na sua cabeça, que bateu com peso e força contra o chão. Amazon ainda tentou um soco, com o braço esquerdo revestido de vidro e madeira, do qual morte se desviou rolando, ficando em pé e dando investidas pra trás. Em seguida, ela criou 5 golens de ferro e aço puro, fazendo-os ir até morte. Ele saltou por cima do primeiro, passando a foice em seu pescoço e o puxando contra o segundo, fazendo-os cair da torre atravessando a parede de mármore escuro. Passou por debaixo do segundo, agarrando suas costas e o jogando no chão, abrindo seu interior com a foice. Correu na direção do outro, deu uma joelhada entre suas pernas, fazendo-o subir no ar e arrancando sua cabeça, girando e chutando o corpo contra o quinto, que tentou segurar mas a potência do chute havia sido tão forte que os dois fizeram outro buraco na parede caindo da torre.
Amazon e Morte voltaram a ser confrontar diretamente. A maestria com a qual Manipulava sua foice e Amazon seus poderes era incrível.
No fim, ambos estavam exaustos, tentando não demonstrar suas fraquezas um para o outro.
-É o fim...Não é?
Disse Amazon, limpando um filete de sangue que e escorria de sua boca.
-Provavelmente. Acabemos logo com isso.
Morte arrancou na direção de Amazon, e ela fez o mesmo. A foice de morte encontrou-se com a espada do carvalho de Amazon, e ambos de destruíram ao mesmo tempo.
Epílogo:
Depois do apocalipse, como esperado, os deuses retornaram á vida. E os que foram contemplados com o sangue deles são chamados de Bloodboxers. O resto... É história.
